Cesária Évora, a diva dos pés
descalços
A
cantora cabo-verdiana Cesária Évora morreu o sábado 17 Dezembro 2011 no
Hospital Baptista de Sousa, na ilha de São Vicente, em Cabo Verde. A morte
ocorreu por volta das 11h20 de hoje por "insuficiência cardio-respiratória
aguda e tensão cardíaca elevada".
A conhecida cantora de
70 anos, de Cabo Verde, tinha sido admitida de urgência, em Setembro,
no hospital de La Pitié-SalpétriŠre, "na sequência de um AVC agravado por
sérias dificuldades respiratórias".
A cantora, que tinha anunciado este ano um ponto final na sua carreira, esteve desde então sob cuidados intensivos.
A cantora, que tinha anunciado este ano um ponto final na sua carreira, esteve desde então sob cuidados intensivos.
Era a diva dos pés
descalços, a embaixadora da morna, a rainha da música cabo-verdiana. Cesária
Évora, nascida a 27 de Agosto de 1941 em Mindelo, Cabo-Verde, morreu hoje, três
meses depois de anunciado o fim de uma carreira de mais de cinquenta anos e
vários problemas de saúde graves.
Ao longo da sua
carreira, Cesária editou 24 discos, entre originais, parcerias com outros
artistas - como Caetano Veloso e Marisa Monte - e espectáculos ao vivo.
‘Sodade' era a sua música mais célebre.
Uma entre quatro
irmãos, a cantora foi viver com a avó na adolescência. Aos 16 anos, começou a
cantar em bares e hotéis e, com a ajuda de alguns músicos locais, ganhou notoriedade
em Cabo Verde, sendo ‘eleita' a Rainha da Morna pelos fãs. Aos vinte anos foi
convidada a trabalhar como cantora para o Congelo - companhia de pesca criada
por capital local e português mas no ano de 1975 - na altura da independência -
deixou de cantar para ajudar a sustentar a família. A este período, que se
prolongou por dez anos e durante o qual teve problemas com o alcoolismo,
Cesária chamou os seus ‘Dark Years' (Os Anos Negros).
Em 1985 a convite de Bana,
proprietário de um restaurante e uma discoteca com música ao vivo em Lisboa,
Cise (como era chamada pelos mais próximos) vem a Lisboa e grava um disco que
passou despercebido à crítica, seguindo para Paris onde é
"descoberta" e daqui, como aconteceu com outros cantores, partiu para
os palcos do mundo.
Em 1988 grava "La
diva aux pied nus", álbum aclamado pela crítica. Nesta fase da sua
carreira tem um papel fundamental, que se manteve até ao final, o empresário
francês José da Silva.
Em 1992 Cesária Évora
gravou "Miss Perfumado" e aos 47 anos torna-se uma
"estrela" internacional no mundo da world music, fazendo parcerias
com importantes músicos e pisando os mais prestigiados palcos.
Em 2004, Cesária Évora
venceu o Grammy de Melhor Álbum World Music Contemporâneo com "Voz
d'Amor" e foi condecorada, em 2007, pelo então Presidente francês Jaques
Chirac com a Legião de Honra de França, país onde encetou a sua carreira
internacional, tornando-se a voz cabo-verdiana mais conhecida no mundo.
Foi também
homenageada no seu país, Cabo Verde, com um prémio carreira na gala dos Cabo
Verde Music Awards.
Em 2008 sofreu um AVC,
durante um espectáculo na Austrália e, em Maio do ano passado, foi operada ao
coração.
Ela foi a cantora por
excelência de Cabo Verde, reconhecida nos quatro cantos do mundo, agraciada com
inúmeros galardões, incluindo um Grammy e com mais de 5 milhões de discos
vendidos.
Em 2009, ano do seu
último álbum – Nha Saudade – foi galardoada pelo Presidente francês Nicolas
Sarkozy com a medalha da Legião de Honra, depois de uma intervenção cirúrgica
que a levou a temer pela vida.
Deixa para trás êxitos
como Sodade, tema incluindo num dos 24 álbuns que lançou. Cesária Évora
abandonou a carreira em finais de setembro após o conselho dos médicos, mas
mesmo assim sonhava lançar mais um disco.
Viveu 70 anos mas será
certamente recordada para sempre… ao som das mornas
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